Google lança ‘Antigravity’ e isso significa o fim da IA tradicional?

O Google lançou em novembro o Antigravity no Brasil e na América Latina, uma IDE baseada em múltiplos agentes de inteligência artificial que vão além da lógica tradicional de “copilotos” que respondem a prompts

A plataforma, gratuita durante o preview e compatível com Windows, macOS e Linux, coloca vários agentes atuando simultaneamente para abrir arquivos, editar código, rodar comandos, navegar na web e registrar evidências do que realizaram. É uma mudança de arquitetura que afasta o Antigravity das ferramentas que hoje dominam o mercado, como Cursor, Copilot, Replit e Lovable, e posiciona o Google em um novo patamar da automação aplicada ao desenvolvimento.

Para Renato Asse, fundador da Comunidade Sem Codar, maior escola de No Code e IA da América Latina, o impacto não está apenas na chegada de mais uma ferramenta de IA, mas na lógica que ela traz. “O Antigravity inaugura uma nova etapa. Até agora trabalhávamos com IAs que funcionavam como assistentes individuais. Aqui, o que surge é uma pequena equipe de agentes coordenados dentro da IDE, cada um com uma missão clara e capacidade de atuar em paralelo”, afirma. Segundo ele, essa mudança faz o Antigravity se comportar menos como um copiloto e mais como um sistema capaz de orquestrar tarefas complexas com organização e governança.

Esse foco em governança e rastreabilidade aparece de forma concreta em dois recursos que se destacam no ecossistema: a Manager View, área onde o usuário acompanha em tempo real o que cada agente está fazendo; e os Artifacts, que documentam o trabalho realizado, planos, relatórios, snippets, resultados de testes e até gravações de navegação quando o agente precisa validar algo na web. É uma camada de transparência que falta em grande parte das ferramentas atuais e que aproxima o Antigravity das demandas de equipes que lidam com fluxos sensíveis ou altamente regulados.

O lançamento acontece em um momento em que modelos avançados, como o Gemini 3 Pro, e a pressão por produtividade digital colocam automação e IA como prioridades para empresas e profissionais de tecnologia. No universo No Code e Low Code, o Antigravity também se diferencia de plataformas como Lovable. Enquanto builders são projetados para gerar aplicações quase prontas a partir de descrições, o Antigravity assume a existência de um processo de engenharia, repositórios, pipelines, testes, integrações e ciclos de versionamento.

Renato conclui: “Para startups, educação e pequenas empresas, o Antigravity pode acelerar muito o trabalho, principalmente no contexto do No Code. Mas, como toda tecnologia agent-first, ele só alcança seu potencial máximo quando existe responsabilidade, supervisão humana e boas práticas de governança.”

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