Julio Duaibes, estudante de Engenharia de Produção, criou o protótipo de respirador hospitalar com custo de aproximadamente 10 mil reais
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 20% das pessoas contaminadas pelo novo coronavírus demandam atendimento hospitalar devido à dificuldade para respirar, entre esses casos, 5% das pessoas apresentam insuficiência respiratória e diminuição da concentração de oxigênio no sangue.
Para estes pacientes, uma saída para reduzir o esforço e proteger os órgãos nobres (como o coração e os pulmões), é a utilização do respirador automático hospitalar que, apesar de invasivo, ajuda a pessoa enquanto seu organismo pode concentrar esforços em enfrentar o vírus.
No entanto, por conta da sobrecarga no sistema de saúde brasileiro e do alto preço desses aparelhos, muitas vítimas não têm respiradores disponíveis para serem utilizados durante o tratamento.
Partindo desse princípio, e somado ao fato de sentir-se sensibilizado pelo alto número de mortes de COVID-19 na grande São Paulo, Julio Duaibes – aluno de Engenharia de Produção da Anhanguera Guarulhos – iniciou em maio de 2020 um projeto para construção de um respirador automático em uma versão quatro vezes mais barata que os modelos tradicionais.
Em agosto, o estudante chegou no modelo final do planejamento e busca empresas parceiras para o desenvolvimento e construção desse respirador que custará cerca de 10 mil reais por unidade, enquanto a média de um aparelho normal é de 45 mil reais.
“É uma máquina que ajuda na entrada e saída de ar dos pulmões e conta com conjuntos eletrônico e pneumático, que juntos simulam um respirador hospitalar” explica o aluno. Além disso, a ideia de Julio é criar um modelo replicável que, com competências adquiridas por alunos de engenharia durante uma graduação, possa ser reproduzido por outros estudantes pelo Brasil. “Acredito que a melhor maneira de enfrentar um cenário de crise é se sentir produtivo e ajudar as pessoas. Transformei meu tempo livre e o sentimento de angústia durante o isolamento social em um projeto que pode salvar vidas”, acrescenta.
A orientação do projeto é por conta do coordenador dos cursos de Engenharia da Anhanguera Guarulhos, professor Renato Lobo, que enxerga a iniciativa do aluno como um exemplo da importância do Ensino Superior para a sociedade “os profissionais do futuro precisam cada vez mais entender a responsabilidade social que vem junto com a profissão, isto é, como aplicar toda teoria aprendida durante a graduação em iniciativas que mudem a vida das pessoas”.